05/06/2012

"Viver cada dia como se fosse o último"

Sou só eu que acho esta frase realmente parva?
E nem sei o que é pior: se a frase ou as pessoas que a publicam - tradução: concordam com ela/acham-na graça - mas que continuam a viver a sua vidinha. Ou seja, algumas até podem-na considerar a sua filosofia de vida, mas nem sequer a seguem.
Se pensarmos bem...se eu seguisse esta filosofia, achavam que desperdiçava dias a matar-me a estudar? A ir para as aulas? A ter a mesma rotina durante meses a fio? Claro que não! O suposto "último dia" não deve ser passado dessa maneira. Passava antes os dias a fazer o que bem me apetecesse. Estava a marimbar-me para tudo. Podia nem sequer ter acabado a escola. Podia passar a vida a passear de um lado para o outro, a conhecer o mundo.
Mas é óbvio que não é assim. Se toda a gente vivesse de acordo com a frasezinha, vivíamos num caos completo. Ninguém trabalhava - suponho eu, a não ser que o adorassem mesmo -, e, por isso, não havia nada. Não havia quem construísse casas para vivermos, não havia médicos a quem recorrer quando estivéssemos doentes, não havia regras nenhumas, etc etc. Era uma espécie de selva.
No entanto, se continuarmos a pensar...por que não aproveitamos melhor os nossos dias? Não digo seguir a filosofia à risca, mas estabelecer tipo um meio termo: viver segundo a nossa rotina e as nossas obrigações, mas não as levarmos de forma tão séria de modo a conseguir aproveitar e fazer tudo aquilo que sonhamos e que nos apetece. Porque, se virmos bem, de que serve estudar tanto para tirar um curso, ter um emprego, ter uma boa casa, trabalhar tanto e etc, quando, de um momento para o outro, a vida acaba? Por vezes penso nisso. É estúpido. É ter trabalho para nada. Quer dizer, vai servir para a altura, não é, mas, e depois? Acaba tudo? Não faz sentido.
Mas...porquê pensar que temos um "último dia"? Podemos ter várias vidas, certo? Porém, continua a não fazer sentido, já que, voltando a viver, mas num corpo diferente, começa tudo de novo e voltamos ao mesmo: viver para depois acabar tudo. Então? Vivemos eternamente no céu sob a forma de anjinhos que vêm de vez em quando cá a baixo ver como estão as coisas? Para quê?
Credo, que vida esta... Às vezes dá-me para ser filosófica, mas isto é como a filosofia que aprendia na escola: só me punha confusa e não me levava a lado nenhum. Mas pronto. Não há mal nenhum em pensar sobre questões sem resposta, e aposto que muita gente também pensa - ou já pensou - em coisas assim.

2 comentários:

  1. como eu já li por ai, se viveres cada dia como se fosse o último então o teu último dia será como qualquer outro...

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  2. O logan disse tudo! e concordo contigo!

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