31/01/2014

Coisas boas do mês #1


Este é um exercício que resolvi fazer daqui em diante: pensar naquilo que foi bom durante um determinado mês. Isto porque, muitas das vezes, dou por mim a queixar-me de que tenho um dia-a-dia aborrecido e desinteressante e em que pouco ou nada acontece. Mas, se virmos bem, há sempre pequenas coisas que nos fazem bem, e é por serem tão pequenas que não nos lembramos delas ou não lhes damos grande importância. Vou tentar, então, registar tudo o que, para mim, foi bom, de modo a deixar de lado o negativismo e ver que, afinal, os meus dias não são tão monótonos nem cinzentos como eu muitas vezes os pinto e que há sempre (ou quase sempre) algo que nos faz sorrir.

28/01/2014

"Descreve-te numa palavra"


Detesto as palavras envergonhada e tímida. São aquelas que as pessoas geralmente usam para me descrever ou que me atiram à cara, muitas das vezes sem sequer me conhecerem - usam-nas porque eu, ao primeiro contacto, mantive-me à margem. O facto de usarem estas ou outras palavras com conotação negativa, em vez de outras quaisquer que sejam agradáveis de se ouvir, faz com que eu nem sequer saiba que qualidades tenho. O que, consequentemente e como podem imaginar, é óptimo para a minha auto-estima. É por isso que não sei descrever-me. Já percebi que sou tímida. Está bem. Mas e o resto? Eu tenho que ser mais alguma coisa, alguma coisa de bom. Mas, não sei porquê, toda a gente parece adorar dizer que sou tímida. Tímida, tímida, tímida. Já disse que detesto esta palavra? 
Ser-se tímida é um defeito, e, como tal, só me puxa para baixo. Mas ninguém pensa nisso quando o diz da boca para fora. Não; dizem-no na nossa cara como se fosse uma coisa boa, com um sorrisinho estúpido como quem está perante uma criatura rara e engraçada. E parece que não se pode fazer outra coisa a não ser responder com outro sorrisinho estúpido, enquanto uma voz na nossa cabeça manda a pessoa para outro lado.

25/01/2014

Trilogia do Elfo Negro - R. A. Salvatore

Esqueçam tudo o que sabem – ou julgavam saber – sobre elfos.
Nesta trilogia, Salvatore apresenta-nos os drow, os elfos negros, um povo ambicioso e cruel. Vivem num mundo chamado Subescuro, nas profundezas da terra, mais propriamente numa cidade constituída por diversas Casas hierarquizadas. Cada Casa/família drow deseja poder, deseja passar à frente das outras e subir naquela hierarquia, de modo a ver-se nas boas graças da maléfica deusa que adoram. E, para isso – para ascenderem naquela sociedade –, basta...um assassinato. Eliminando uma Casa enfraquecida por qualquer motivo, a Casa vitoriosa passa a ocupar um novo nível na sociedade, e, consequentemente, a agradar à sua deusa...excepto quando um ataque não é bem-sucedido.
No meio de uma dessas batalhas, nasce Drizzt, um elfo que se vai revelar como sendo diferente dos restantes. Desenvolve um sentido de honra e de justiça completamente estranho à sua cidade, mesmo antes de conhecer todos os costumes hediondos do seu povo e de perceber que está a ser treinado para ser um assassino. Ao longo da trilogia, acompanhamos a sua vida e passamos a conhecê-lo. E passamos a conhecê-lo tão bem, que passa a ser uma das personagens mais queridas e cativantes sobre as quais já tivemos oportunidade de ler. Mostrando-se revoltado contra todos os esquemas que regem aquela sociedade, mas sem qualquer hipótese a não ser continuar a segui-los, e com ideais totalmente opostos aos dos restantes cidadãos, rapidamente se apercebe de que aquele não é o lugar adequado para si e decide partir, à procura de um lar onde possa ser aceite – e quem é que nunca se sentiu assim, à parte de um grupo e com a esperança de que, algures por aí, está o lugar onde realmente pertencemos? Porém, num mundo onde o perigo espreita em qualquer esquina, onde apenas tem um companheiro em quem confiar, onde continuará a ser perseguido pelos implacáveis drow, onde, provavelmente, nunca será aceite devido à sua forma de pensar…será que este lugar realmente existe?

Salvatore conseguiu criar um universo brilhante e original, com enredos que nos prendem e não nos deixam indiferentes e que envolvem um pouco de tudo: batalhas, mentiras, segredos, conspirações, correntes de aventuras e peripécias, bonitas amizades. Mostra-nos umas personagens tão diferentes daquelas às quais fiquei habituada, destacando o lado do mal e a escuridão que vêm sempre por acréscimo nos outros livros do género – uma lufada de ar fresco. Uma leitura empolgante e cheia de surpresas, trazida até nós sob pontos de vista de diversas personagens e escrita com o maior cuidado. E aí pode estar um problema. Talvez o facto de a escrita ser muito detalhada consiga ser aborrecido para muita gente, mas, para mim, é algo que me fascina - admiro quem consiga escrever tudo ao pormenor, fazendo-nos imaginar as coisas da melhor forma possível. No entanto, nas cenas de batalha chega a ser demasiado pormenorizada – é um dos poucos pontos negativos que tenho a destacar. Confundiu-me um bocado, e estas cenas sim, conseguem ser um bocadinho aborrecidas, principalmente porque não conseguia visualizar bem os movimentos descritos.
Como acabei por me tornar numa romântica com o passar do tempo, estava precisamente à espera de algum romance, nem que fosse apenas no final da trilogia, coisa que não aconteceu. Outro aspecto negativo. Mas que não é suficiente para retirar toda a magia da história – apenas acho que Drizzt é demasiado engraçado para ficar sozinho…bem, se lerem os livros (ou se já os tiverem lido), vão compreender-me. Um outro ponto negativo que tenho a referir é o final – desenrolou-se de forma demasiado rápida, diferente da que o autor nos habitua, a meu ver – e uma outra cena que achei despropositada, precisamente porque me fez lembrar demasiado o encontro de Bilbo com Smaug n'O Hobbit. Uma cena que me desiludiu por não ter sido totalmente original como as restantes.
As palavras-chave desta trilogia poderiam ser matar, vingança, guerra e outras que tais. Palavras tão pouco ou nada cativantes, mas que, neste caso, não consegui deixar-me envolver. A partir de certo ponto, dei por mim embrenhada na história, começando a devorar páginas e páginas, capítulos e capítulos, que até se tornava difícil parar. Os três livros entraram de imediato para os meus favoritos, lugares que não concedo a qualquer um. Uma leitura perfeita para amantes de fantasia e aventura, que nos mostra que, por mais estranhos que sejam os nossos pensamentos e ideais comparativamente aos de uma maioria, há sempre um lugar para nós.

24/01/2014

E tu, bloggas?


O projecto Blogger é uma espécie de jornal blogosférico que nasceu da ideia do autor do blog Empty Promises. Confesso que fiquei lisonjeada - e surpreendida - por ter sido escolhida para fazer parte deste projecto, ainda para mais tendo em conta a minha função nele: dar sugestões de leitura - yay!, adoro falar sobre livros. Aceitei, com todo o gosto, fazer parte deste projecto, o qual considero bastante inovador e completamente diferente das habituais rubricas que estou acostumada a ver por aqui.
A "primeira edição" do jornal sairá amanhã no Empty Promises, e eu estou mesmo curiosa para ver como estará. Infelizmente, não tenho direito a um grande espaço no jornal, ou seja, tenho que escrever uma opinião curtinha sobre um livro, mas, sendo eu daquelas que se entusiasma quando escreve sobre um tema que lhe interessa, estará disponível aqui no blog a minha opinião completa dos livros que decidir sugerir em cada edição. Farei o meu melhor nesta rubrica, e espero cumprir o que me foi proposto: escrever boas reviews, que consigam ser minimamente cativantes. 

21/01/2014

Crescer


Por vezes sinto que parei no tempo. Ainda me sinto como se tivesse uns dezassete anos, talvez porque os dezassete, para mim, foram a idade, ou, pelo menos, uma das idades que mais gostei de ter. Por causa disso, sinto-me sempre como se fosse demasiado nova para certas coisas, apesar de, na verdade, não o ser. Não me imagino a trabalhar, por exemplo. Não me imagino a casar-me. Até acho que ainda sou nova para maquilhagem e saltos-altos, talvez por serem coisas que não me atraem e que nada têm a ver comigo.
Mas sempre foi assim: sempre senti que era nova demais para determinadas coisas, coisas que a maioria das pessoas da minha idade fazia com toda a naturalidade. Aos quinze anos, idade em que muita gente já tinha os seus namoricos, achava-me nova para isso e não queria saber de rapazes para nada. Aos onze, quando parecia que toda a gente já tinha arrumado os seus brinquedos para sempre, eu ainda usava os meus. E, com isto, lembro-me de uma situação que aconteceu na minha turma da altura.
Estávamos numa daquelas aulas mortas de final do período em que já não havia mais matéria para dar, quando a professora, para matar o tempo, perguntou-nos o que queríamos receber pelo Natal. E disse: Não tenham vergonha de dizer brinquedos. Acho muito bem que ainda brinquem. Eu, que, de facto, tinha pedido alguns pelo Natal, não disse que os queria. Nenhum colega o disse, fazendo-me pensar que já tinham ultrapassado a fase de serem crianças e que já não ligavam a isso. Por isso, fiquei calada em relação a isso, pois, caso contrário, isto constituiria mais um motivo para me gozarem depois.
Foi nessa altura que constatei o óbvio: tinha que crescer. E o primeiro passo parecia ser deixar os meus brinquedos ir, seguir em frente. Ninguém sabe o quanto isto me custou. Pensava sempre Mas o que é que vou fazer nos tempos livres, se não brincar?. Lá acabei por arranjar outras actividades, mas foi duro. Foi duro deixar todos os meus brinquedos ao abandono, e era igualmente duro ouvir a minha irmã queixar-se à minha mãe por eu já não querer brincar com ela.
Crescer é duro, e cada vez gosto menos disto. Nunca tive a ânsia de crescer ou a de alcançar os dezoito anos, como muita gente. Adorava passar o tempo a brincar, a jogar consola, a pintar livros de colorir e a escrever historinhas. Via os adultos a saír para o trabalho e sentia alguma pena deles. Coitados, sempre a trabalhar.
As coisas, comigo, parecem acontecer sempre mais tarde do que o suposto por causa disso: acho sempre que ainda sou mais nova do que aquilo que sou realmente, que ainda não tenho idade para certas coisas quando, na verdade, sim, já a tenho, e que vou ter muito tempo para determinadas coisas. Mais uma vez, o exemplo da maquilhagem e dos saltos-altos: a idade adulta é tão longa, que me proporcionará tempo demais para me aventurar nestes assuntos. Por enquanto, deixem-me andar ao natural, com as minhas botas rasas ou com uns ténis enquanto ainda posso. Mas quem me dera andar sempre assim. Não tenho pressa absolutamente nenhuma de crescer. De "ser uma adulta". Detesto que digam que uma pessoa é adulta a partir dos dezoito anos ou dos vinte ou de lá quando é que é. Por favor, pessoas...eu sou uma jovem. E espero sê-lo durante muito, muito tempo.

20/01/2014

Em modo repeat #14


Provavelmente a música mais fofinha que os Panic! já fizeram. 
Foi pena terem mudado drasticamente o seu estilo musical depois disto.

17/01/2014

Wanderlust


Viver numa ilha é como viver num mundo à parte. No Verão, tem as suas vantagens - como referi *neste post* -, e é por isso que passei a considerar que a minha terra natal só é boa para se passar férias. Já estou tão habituada àquilo, que uma semana dá para ir a praticamente todos os lugares de maior interesse e dá para fazer diversas coisas. Passada essa semana, já se tornou tudo igual. Já não há mais nada para fazer.
Digo que parece um mundo à parte porque, uma vez tudo visto, está feito, não há mais nada para ver nem mais lugares para onde ir. Se quisermos ir a outro lugar, é ver-nos a pagar mais de cem euros por uma viagem de avião, mesmo que seja para outra ilha. E sim, isto de se pagar um preço tão absurdo para sair de uma ilha é também coisa de outro mundo e só contribui mais para o nosso isolamento.
É por estas razões que adoro o continente. Há sempre lugares para descobrir; há sempre uma cidade ou uma terriola que não conhecemos e que, mesmo parecendo não ter interesse nenhum, pode vir a surpreender-nos. E podemos sair daqui e ir para outro país com grande facilidade. Seja de carro, de comboio ou até numa viagem de avião baratíssima (a comparar com aquilo que eu tenho sempre que pagar para sair daquela ilha).
Só tenho imensa pena de não o poder fazer. Ora por falta de tempo, ora por falta de dinheiro, ora por falta de companhia.
Como acabei de entrar de férias, não me importaria mesmo nada de ficar aqui mais uns dias antes de me enfiar novamente naquele pedaço de terra rodeado por mar. Ficaria por aqui a conhecer cidades das redondezas e a passear mais um pouco aqui pelo Porto, armada em turista. Mas lá está: apesar de já estar habituadíssima a fazer mil e uma coisas sozinha, ir para uma cidade desconhecida por minha conta é algo para o qual ainda não adquiri coragem suficiente. Porque, quer dizer, não tem nada a ver com ir até à baixa ou ir a um concerto sozinha. Aqui no Porto eu desenrasco-me, mas, numa cidade onde nunca pus os pés, aí já é complicado.
Acho que não tiro partido nenhum da minha estadia aqui no continente por causa disso, por, mal entrar de férias, ir logo para casa fazer mais do mesmo e ver o que já estou farta de ver, seja por falta de dinheiro para andar a fazer viagens a partir daqui, seja por falta de companhia. Não sei de onde apareceu de repente esta minha ânsia de viajar e de conhecer novos lugares, mas penso que isso surgiu porque sempre vivi num lugar isolado, que não me dava oportunidade de ir mais longe. Agora que estou num lugar a partir do qual posso ir para tantos outros, a minha vontade é só a de aproveitar a oportunidade. Porque isto pode acabar. Não falta muito para terminar o curso...e, se ficar a trabalhar na minha terra natal, puff, adeus passeios para os arredores e aventuras a baixo preço, olá terrinha isolada que não passa do mesmo e bilhetes de avião acima de cem euros. Mas, aqui entre nós, estou a fazer figas para que isto não aconteça. Não me interpretem mal; adoro a minha terra. Mas já passei dezanove anos confinada àquele lugar. O mundo é demasiado grande para ser reduzido a um pedaço de terra em pleno Atlântico.

16/01/2014

Acabaram!


Ainda nem acredito que acabei de chegar a casa e não tenho aquela obrigação de estudar. As tão esperadas férias começam hoje! E estou tão contente - pudera, passei praticamente um mês a estudar todos os dias durante todo o dia; quem é que aguenta?! -, que nem sei o que hei-de fazer primeiro, ahah. O exame de hoje correu bem, já tenho duas cadeiras feitas (ambas com quinze) e, embora tenha feito alguns exames mais chatinhos, tenho esperança de que consiga passar. Se entretanto não vier cá queixar-me a dizer que chumbei a alguma coisa, bem, é sinal de que passei mesmo a tudo.
E que comecem umas merecidas férias!

13/01/2014

Nunca mais é quinta-feira?


Adopto um regime um tanto ou quanto parvo durante a época de exames: depois de um dia inteiro de estudo, as únicas coisas que me permito fazer à noite para descansar passam apenas por ver um pouco de televisão ou andar pela internet, onde, muitas das vezes, não faço nem vejo nada de novo. Não desenho, não escrevo ou não leio, pois são actividades "viciantes" para mim; podia ficar tão embrenhada e entusiasmada se começasse a fazer alguma delas, a ponto de, no dia seguinte, quando fosse estudar, estar com a cabeça na lua por estar inquieta pela noite para poder retomar a dita actividade.
Será que isto faz algum sentido?
Mas é precisamente destas coisas que tenho sentido falta. Estou tão farta desta rotina! Estou cá há uma semana e parece que estou há um mês. Quando chegar quinta-feira à tarde, até julgo que é mentira.
Tenho saudades de ler sem dar pelo tempo a passar, de ver um filme sem pensar no dia de amanhã, de perder horas com uma série viciante. Quero sair, ir lanchar a um café e andar pelas ruas. Quero passar para um papel todos os desenhos que tenho em mente. E, principalmente, quero sentar-me à secretária e escrever e escrever, perder-me nos meus mundos imaginários.
Por falar nisso, quem é que está a pensar concorrer ao Prémio Bang? Ah, pois é. Tendo em conta que a maior parte dos livros que tenho em casa pertencem a esta colecção e que o género fantástico é o melhor do mundo... Por isso, a partir de quinta-feira, tenho que pôr mãos à obra se quero acabar o meu...nem sei como lhe chamar. Livro parece-me um nome demasiado pomposo para um molhe de folhas de Word. E história dá a sensação que é uma coisa pequenina e simples, que não é digna de um livro. Seja como for. Eu já duvido se terei realmente tempo de o acabar, pois aquilo ainda tem muito que crescer - e eu já nem sei há quanto tempo não mexo nele...malditos exames! Mas vou tentar. Sem me esquecer de que o faço por gosto, o que torna tudo mais fácil.
Aos interessados em participar, podem consultar o regulamento do concurso AQUI.

11/01/2014

Dos festivais de Verão (só para desanuviar do assunto "exames")


Parece-me que este ano não vão haver concertos para mim - pelo menos por cá. Apesar dos cartazes dos festivais de Verão ainda não estarem completos, cada novo nome que é anunciado é, para mim, pior que o anterior. Mas, até estar tudo confirmado, vou manter a esperança. Nunca fui a um festival, e, apesar de detestar confusões e multidões, bem...gostava. Porque deve ser um ambiente tão diferente do das habituais confusões e multidões...

10/01/2014

Logo agora que já me estava a habituar


Em princípio, vou ter mais uma colega de casa. Não gosto disto. A cozinha vai ficar com ainda mais falta de espaço, e, sendo ela uma conhecida da outra que já aqui vive, só posso esperar ainda mais barulheira. Estou a ver que o bendito "estágio" das duas não tem fim, ou que já acabou e as gajas estão a trabalhar, pelo que agora nunca mais me livro da que já cá está. Que seca. Não era nada disto que tinha em mente quando me falavam em partilhar casa na faculdade. Realmente, só deve ser divertido quando se divide casa com pessoas conhecidas. Porque, assim, são só chatices, faltas de respeito e cada uma no seu canto - o que às vezes acaba por ser bom, pois também gosto do meu canto, mas, se é para isto, preferia viver sozinha do que com raparigas que nem conheço e que têm os comportamentos que têm, mesmo sabendo que partilham casa com outras pessoas. Para além de só me sentir verdadeiramente à vontade quando estou fechada no quarto ou quando tenho a casa só para mim aos fins-de-semana, não consigo ser eu própria com pessoas que não conheço e fico sem vontade nenhuma de criar laços. Adoro morar aqui porque tenho um quarto espectacular e estou numa zona que tem tudo à porta, mas, às vezes, penso em como teria sido melhor se tivesse encontrado outro lugar, com melhores pessoas, ou se eu e umas colegas tivéssemos conseguido arranjar uma casa para todas, como pensámos algumas vezes no primeiro ano.
Ou em como teria sido melhor se a gaja que aqui vive nunca tivesse aparecido.

09/01/2014

Da época de exames

O tempo passa tão, mas tão devagar quando se está a estudar. Anseio pela chegada da noite para poder descansar a cabeça. O problema é que a noite traz um novo dia...um novo dia em que sinto que não descansei o suficiente e em que terei que fazer o mesmo que fiz no dia anterior. Quero tanto passar a tudo e ter as minhas férias, mas pouco ou nada me entra na cabeça e mal me consigo concentrar. Já começo a fartar-me, e ainda faltam quatro exames. Hoje até já comecei a pensar na roupa que poderia pôr na mala para levar para casa...quando ainda falta algum tempo para voltar para casa. A juntar a isto tudo, está o meu medo em relação ao exame do cadeirão do semestre.

08/01/2014

Não sei bem que título dar a isto


A época de exames dita que só devemos sair de casa em caso de necessidade - bem, pelo menos no meu caso. E são estas pequeníssimas saídas que conseguem tornar um dia mais interessante. Ontem foi um dos dias em que tive mesmo que sair, para ir comprar leite e qualquer coisa para jantar. Estava quase a chegar à porta do prédio quando vejo um gato igual ao de lá de casa, mas mais pequenino - e menos gordo. Mas não liguei, porque, das duas uma: ou era um gato de rua com mau aspecto, ou ia fugir assim que me aproximasse demais. No entanto, surpreendeu-me. Não tinha nada mau aspecto e não fugiu. Pelo contrário, seguiu-me até à porta. E ficou a roçar-se nela, inquieto para entrar lá para dentro, enquanto eu procurava a chave. Assim que abri a porta, entrou atrás de mim e ficou quieto, à espera do meu próximo passo. Não podia levá-lo comigo, muito menos deixá-lo ali no corredor. Fiz-lhe uma festinha, peguei nele e voltei a pô-lo lá fora, do outro lado da porta. Tive tanta, tanta pena. Gosto tanto de gatinhos e aquele parecia um querido. Gostava de festas e era calmo, nada a ver com o gato da minha casa. Se as circunstâncias fossem outras - se eu vivesse cá a tempo inteiro e se não fosse estudante -, penso que tê-lo-ia acolhido, nem que fosse só durante uns dias até que uns donos o reclamassem - caso ele os tivesse.
Hoje não o vi, nem de manhã, nem ao final da tarde. Não sei bem por que continuo a pensar nisso. Pergunto-me o que lhe terá acontecido. Talvez tivesse mesmo um dono, que provavelmente vive aqui no prédio, tendo em conta a forma como se roçava na porta. Ou talvez continue a vaguear por aí, à procura de um. Fiquei com tanta pena e com um certo peso na consciência por tê-lo posto lá fora, mas, bem, não pude fazer outra coisa.

06/01/2014

Constatações


- Quero a minha cama de volta. Não tenho dormido nada de jeito desde que aqui estou
- Parece que só chove para caraças quando tenho que andar a pé. Ainda estou para perceber a adoração que tanta gente tem pelo Inverno
- Acho que hoje foi a primeira vez que um banana passou por mim de carro a toda a velocidade e me deu um banho da cintura para baixo - mais uma vez, viva o Inverno
- Devo ter uma espécie de radar para aqueles casais de namorados todos melosos - uma coisa do tipo Olha, aquela está sozinha...vamos chateá-la com a nossa felicidade irritante -, já que é raro não apanhar um à minha frente ou atrás de mim na fila da cantina. Só fazem com que uma pessoa se sinta mais sozinha e com mais saudades do namorado. É que nem se sabem comportar como um casal discreto que só está ali a falar de mãos dadas...não; tenho que ver os seus abraços constantes e ouvir aqueles beijos sonoros...que irritação
- Dava-me jeito ter uns episódios para ver agora
- O exame correu bem
- A matéria para o próximo exame é estúpida - daquelas mais a puxar para o básico e que conseguem ser um bocado subjectivas e que nada têm de científico. Exames com este tipo de matéria são sempre os que me correm pior, apesar de serem aqueles nos quais toda a gente passa
- E a matéria do próximo? Argh, intragável. Mas eu hei-de conseguir.

05/01/2014

De volta...à cidade académica


Não me lembro de alguma vez ter tido umas "férias" tão más como estas. Passei os dias todos, de manhã até ao fim da tarde, a estudar. Só descansava um pouco à noite, e, às vezes, a noite estava reservada para algum jantar de família. Apenas no Natal e no primeiro dia do ano é que fiquei sem fazer nenhum - em frente à televisão a ver filmes, uma actividade altamente produtiva. Foram, de facto, as piores "férias" de sempre - nos anos anteriores, conseguia estudar apenas de manhã e passava o resto do dia a fazer o que entendesse -, e os próximos dias serão mais do mesmo: fechada em casa a estudar e só sair para ir fazer os benditos exames.
Voltar para cá não custou muito desta vez. O que mais me chateia quando regresso é ter que dividir o apartamento; fico com medo de chegar cá e ver que certas coisas não estão em condições, que há contas por pagar ou que as coisas não estão como as deixei. Mas, felizmente, está tudo em ordem. A monga é que ainda aqui está...o "estágio" que ela anda a fazer parece interminável - eu às vezes começo a desconfiar se será realmente um estágio...
Quanto aos exames, estou confiante. E com um enorme desejo de ter umas férias decentes, que é o que me motiva a estudar e a manter-me com confiança. Se tudo correr bem - e tem que correr, vai correr -, dia dezasseis à tarde começam as minhas tão merecidas semanas de puro descanso. Terem reduzido a época normal de exames para duas semanas tem, afinal, as suas vantagens...é menos tempo que aqui passo. Mas, vendo bem, prefiro voltar para cá para fazer exames do que para regressar às aulas. Para além de não ter que sair de casa todos os dias e de não ter que passar horas quase a dormir ao som das vozes dos professores, nos exames é cada um por si - não há aquela obrigação de socializar nem de interagir para se fazerem os trabalhinhos de grupo que eu tanto adoro. Como se isso não bastasse, não tenho que voltar a ficar aqui durante meses. Mas avizinham-se dias horríveis, os típicos desta época...