05/04/2014

O poder de um livro


Encontravam-se num espaço descampado. À direita erguia-se uma grande colina coberta de erva tão verde como a Primavera dos Tempos Antigos. Nela, como uma coroa dupla, cresciam dois círculos de árvores: as exteriores tinham troncos de uma brancura de neve e, embora sem folhas, eram belas na sua nudez elegante; as interiores eram mallors de grande porte, ainda vestidas de ouro pálido. Muito alto, no meio dos ramos de uma árvore imponente que ficava no centro de todas as outras, brilhava um talan* branco. Na base das árvores, e por toda a parte mas encostas verdes, a erva estava salpicada de pequenas flores douradas com a forma de estrelas. Entre elas, como que a acenar nos caules esguios, havia outras flores brancas e do mais pálido dos verdes: brilhavam como névoa no meio da tonalidade rica da erva. Cobria tudo um céu azul e o sol da tarde banhava o monte e projectava longas sombras verdes debaixo das árvores.
*talan: plataforma de madeira.
- In O Senhor dos Anéis - A Irmandade do Anel

Reconheço que subestimei este senhor quando li um livro seu pela primeira vez. Tolkien tem feito com que me perca no seu mundo, imaginando as mais maravilhosas paisagens ao ler descrições como esta; paisagens que gostaríamos de transpor para a realidade. É isto que adoro na literatura fantástica: o acto de criar e de transportar os leitores para os mundos de sonho que povoam a mente dos autores. Mundos que nos levam a esquecer a realidade por uns momentos e nos quais nos embrenhamos de tal maneira, que passamos a desejar que existissem.

3 comentários:

  1. Sem dúvida que ler é uma das melhores maneiras de viajar :)

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  2. Adoro ler e confesso que perco a noção do tempo

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  3. Nunca li os livros do senhor dos anéis nem vou ler mas adoro os filmes! :D

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