30/06/2014

Coisas boas do mês #6

Junho é um dos piores meses na vida de um estudante da universidade que frequento. A única coisa que o preenche são os malditos exames, que nos obrigam a pensar neles durante todos os dias, todo o dia. Por isso, é sempre com satisfação que vejo o final do mês a chegar. Os exames acabam finalmente, e iniciam-se os dias de descanso, o descanso tão merecido depois de um mês infernal.
Os dias foram sufocantes, aborrecidos e com algum desespero à mistura, mas, apesar disto, houve sempre um tempinho para algo bom, algo que os tornasse suportáveis e que me desse forças para enfrentar o dia seguinte. Afinal, foi para isso que comecei com este tipo de posts, para me lembrar que até os piores dias têm lugar para algo bom.

29/06/2014

Hex Hall - Rachel Hawkins

Sinopse: Um bilhete só de ida para um colégio interno perdido nos pântanos do Louisiana era talvez a última coisa que Sophie Mercer esperava receber pelos seus dezasseis anos. Mas Sophie não é uma adolescente igual às outras. Sophie é uma feiticeira e, tal como os outros prodigium, feiticeiros, fadas, lobisomens e vampiros, Sophie não pode frequentar uma escola normal. O que Sophie esperava ainda menos era ser companheira de quarto de Jenna, a única vampira da escola, e ver-se enredada numa trama para descobrir quem anda a assassinar os alunos da escola ao mesmo tempo que tem que lidar com os seus novos poderes, a descoberta da importância do seu Pai na hierarquia dos feiticeiros e a sua paixão pelo namorado da sua mais recente inimiga.

Livros acerca de escolas de magia já foram mais "a minha onda". Foi o que me fascinou no mundo de Harry Potter e foi o que me levou a ler a saga Casa da Noite. Depois destas duas, deixei de ligar a livros sobre escolas estranhas para seres sobrenaturais, uma vez que tudo o que é demais, enjoa, e há livros sobre muitos outros assuntos para descobrir. Mas este, em especial, não me conseguiu deixar completamente indiferente. Principalmente devido ao factor preço, que foi o que me fez decidir a trazê-lo para casa - não é todos os dias que encontramos um livro por uns míseros três euros e meio.
De facto, existem semelhanças com os mundos de Harry Potter e da Casa da Noite. Em termos do primeiro, temos os fantasmas que vagueiam pela escola, assim como um personagem que me fez lembrar o Hagrid, por viver sozinho numa cabana no meio dos campos que rodeiam o edifício - e foi bastante engraçado o facto de a própria autora fazer referência ao Hagrid assim que eu pensei nisto. Quanto à saga Casa da Noite, as semelhanças foram, para mim, muito mais evidentes. Em Hex Hall, temos a típica companheira de quarto da personagem principal que se transforma na sua melhor amiga (como a Stevie Rae da Casa da Noite), temos as típicas raparigas populares (do género da Afrodite e das outras duas, cujos nomes não me recordo de todo) e temos o típico bonzão da escola que anda com a rapariga popular (o Erik da Casa da Noite). O que poderia fazer com que Sophie, protagonista da história, fosse a Zoey da referida saga, se não fossem tão diferentes uma da outra. Enquanto Zoey acabou por revelar uma personalidade bastante irritante com o passar dos livros, Sophie é super divertida e é praticamente impossível não gostar dela. Apesar disso, não deixa de ter algo, também, de típico: a típica miúda desastrada e auto-depreciativa que tem um grande poder e grandes capacidades, mas que não acredita suficientemente em si própria.
Apesar de tudo, Hex Hall não é uma escola normal. É como se fosse uma casa de correcção para miúdos que expuseram os seus poderes ao mundo humano, não apenas para feiticeiros e bruxas, mas também para fadas, lobisomens e mutáveis. Para além de que é a escola mais feia que se pode imaginar. Só nisto, o livro ganha uns pontos a seu favor.
Para além disto, embora todos os típicos que enumerei, a história em si não tem nada de típico. É evidente que o facto de existirem aquelas personagens tão típicas e tão presentes em livros e em filmes protagonizados por adolescentes faz com que surjam os característicos dramas e intrigas entre grupos. Mas eu estava longe de imaginar o desfecho das coisas. Provavelmente sou eu que tenho um raciocínio lento e que não li nas entrelinhas, mas não estava mesmo à espera de saber que determinada personagem era o misterioso assassino, nem tão-pouco o que sucederia entre Sophie e o "bonzão da escola" - o quê, acham que há final feliz aqui? -, pelo que fui bastante surpreendida pela positiva.
Aliás, todo o livro surpreendeu-me pela positiva. Foi uma leitura bastante divertida, leve, facílima de compreender e de deixar o leitor levar-se e perder-se pelas páginas, a tal ponto que começou a tornar-se viciante. Os capítulos terminavam sempre de forma a tentarem-nos a ler mais, e o final em aberto, com uma inesperada revelação na última frase, abre completamente o apetite para o próximo livro da saga.
Houve apenas um pequeno pormenor que conseguiu irritar-me. A linguagem. Eu devia parar de ler livros cuja protagonista é uma adolescente de dezasseis anos, uma vez que estou sempre a refilar acerca da linguagem utilizada. É simples, claríssima e directa, sim, mas talvez o problema seja precisamente o facto de ser demasiado simples. A narrativa desenrola-se a bom ritmo, mas o livro não perderia nada em ser um bocadinho mais pausado e pormenorizado - sim, eu adoro descrições longas e detalhadas, coisa que muita gente detesta profundamente, mas que eu considero que torna tudo muito mais rico. Talvez diga isto devido ao facto de alguns autores - Tolkien, Salvatore - terem-me habituado a este tipo de coisa, pelo que, agora, começo a estranhar ler narrativas que se desenrolem mais rapidamente e que não perdem grande tempo em descrições. Mas, muito provavelmente, este - o de Hex Hall - é o tipo de escrita que agrada a muita gente.
Mas sem dúvida que o que mais me irritou em termos de linguagem foi o . Em quase todos os diálogos e em quase todas as páginas, havia um , que me tirava um bocado do sério. Ficava horrível em qualquer frase que fosse, embora consiga, de certo modo, compreender que quem fez a tradução não tenha tido grandes hipóteses em termos de passar um yeah para português. E, tendo em conta que o é coisa que ainda muita gente diz - e que, lá por ser dito em vez de escrito, não deixa de ser igualmente foleiro -, pronto, dá-se um desconto.
Porém, reforço: não deixa de ser uma óptima e divertida leitura, especialmente para quem é fã do género.

27/06/2014

Desabafos universitários #3

Há uns dias atrás, enviei um e-mail a um professor para pedir informações acerca de um certo e determinado estágio no estrangeiro, e ainda estou à espera de resposta. Tendo em conta que devia candidatar-me até ao final do mês, bem que posso esquecer o assunto.
Com isto, comecei a stressar. Sem necessidade, pois podia nem sequer chegar a candidatar-me e, se o fizesse, podia nem ser seleccionada para preencher a vaga, mas comecei a stressar. A minha cabeça só se encheu de coisas deste género:

E agora, o que é que vou fazer?
Para onde é que vou estagiar?
Não sei para onde me virar!
Não vou encontrar nada que me desperte interesse!
Vou ser péssima, seja lá para onde for.
Não quero fazer estágio. Preferia passar mais um semestre a estudar do que ter que fazer estágio.
Não sei desenrascar-me como os outros.
Não sei o que quero. Não sei o que estou aqui a fazer.

Como se isto não bastasse, comecei a pensar no meu antigo curso. Outra vez.
Às vezes, antes de ir dormir, meto-me a ouvir música no meu mp3, já deitada e com as luzes apagadas. Foi assim que comecei a pensar naquilo. Mais propriamente, nos meus colegas. Começou a tocar a Mother Earth, e eu lembro-me perfeitamente que a colega com quem me dava melhor era doida por esta música - ela gostava de Within Temptation em geral, mas esta devia ser a sua música favorita. Não sei se era, mas pronto. Ela gostava. E eu lembrei-me dela. E dos outros colegas todos - não éramos assim tantos. Éramos uma turma de quinze pessoas, ou algo assim.
Só por causa disto, veio um turbilhão de pensamentos. Pensei em como seriam as coisas caso tivesse continuado naquele curso, em como estaria neste preciso momento caso não tivesse desistido. Pensei em como estaria se, em vez disso, tivesse seguido o conselho da minha mãe e tivesse ficado um ano parada depois do secundário, a pensar no que fazer da vida. Pensei no que poderia ter acontecido caso tivesse feito uma escolha acertada da primeira vez que me candidatei ao ensino superior. Pensei que, se assim tivesse sido, nunca teria tido aquela má experiência do primeiro curso, e, por causa disso, acho que não me teria conhecido realmente a mim própria. Perguntei-me se, de facto, esta má experiência me ajudou, ou se, pelo contrário, teria passado bem sem ela. Honestamente, nem sei responder a isto.
Quando desisti do curso, o que mais me custou foi, de facto, deixar a minha turma. Claro que havia dias em que não conseguia ver os meus colegas à frente, mas havia outros dias em que sabia bem tê-los por perto. Como éramos poucos e como a maioria estava longe de casa, fazíamos imensas coisas juntos. Nada a ver com o que se passa aqui e agora. Os meus actuais colegas conseguem enervar-me, e isto por parecer que só vivem para a faculdade. Estão sempre cheios de pressa para ir para casa, e não acontece nada depois das aulas porque têm sempre que apanhar autocarros ou comboios para se irem embora - e nunca podem apanhar o autocarro ou o comboio seguinte. Chateia-me, para além de que, na grande maioria das vezes, só sabem falar acerca dos exames, da faculdade e outras coisas que tais. Foi o que aconteceu ontem à tarde. Pensei nisto também. Pensei em como é quase impossível travar amizades desta forma.
Pensei também que retomar o contacto com os meus antigos colegas não é coisa que possa ser feita. Comecei este blog depois de ter desistido do curso, e tenho quase a certeza de que os comentários anónimos que recebi nos primeiros meses como blogger vieram de alguns deles. Foram comentários nojentos e mesquinhos, pelo que, a partir daí, resolvi cortar relações com aquela gente. Nem sei por que razão às vezes penso neles, quando eles parecem detestar-me por ter desistido do curso - quer dizer, que culpa tenho eu? - e nem devem perder tempo a lembrar-se de mim.
E voltei a pensar no assunto estágio. Em como ainda não encontrei o meu lugar, e a perguntar-me se alguma vez irei encontrá-lo.
Foi muita coisa ao mesmo tempo em cinco minutos e meio de música.

26/06/2014

Já cheira a férias

Ainda me é difícil acreditar que não vou ter que estudar amanhã. Apesar de ainda ter a melhoria para fazer e de ainda não saber todas as notas, estou por minha conta durante os próximos dois ou três dias - dependendo de quando decidir começar a rever a matéria. Dois ou três dias que vão saber-me pela vida.

25/06/2014

Facto #17

Tenho tendência a gostar mais das cadeiras que quase todos os meus colegas detestam. 
Enquanto estas, para mim, acabam por ser as minhas preferidas, para eles são aqueles bichos de sete cabeças horríveis, dos quais nunca mais querem ouvir falar. Ups.

22/06/2014

Um estágio "lá fora"

A forma como falam acerca do estrangeiro consegue sempre cativar-me. Como se o mundo lá fora fosse maravilhoso e, mais do que isso, como se fosse tudo tão fácil. Pensar em mim noutro país faz-me sonhar bem alto, mas, ao mesmo tempo, deixa-me com medo. Demasiado medo. Porque, se, aqui ou na minha terra natal, nunca me senti verdadeiramente integrada, então o que seria de mim num lugar tão distante e tão diferente...
Ainda falta muito tempo para o estágio, mas os constantes e-mails da coordenadora a relembrar-nos as possibilidades que nos aguardam lá fora não me deixam indiferente e levam-me a pensar demasiado sobre o assunto. Mas acabo sempre por recair no sempiterno tópico que se torna no meu maior travão: as coisas podem correr mal, e posso vir a sentir-me ainda mais só do que aqui. Acho que crio sempre expectativas demasiado elevadas acerca de tudo. E é por isso que me desiludo.
Seja como for, não será má ideia reunir informações. E depois decidir. Embora nunca tenha sido boa a tomar grandes decisões.

21/06/2014

Já não era sem tempo

Terminei o meu livro!
Mas, agora, resta-me muito trabalho pela frente...

18/06/2014

Três de seis

Só com muita sorte vou passar no exame de hoje. Nada do que não estivesse à espera, pois mal tive tempo para estudar e nem fazia ideia do que tinha que estudar, ou por onde; resultado: nada do que eu estudei saiu no exame. Ao menos o de segunda-feira não foi mau, e este tenho a certeza que passo.
Passei a estatística. Por caridade. Isto é, com média de nove e meio, que arredondou para dez. Vou fazer melhoria, pois acho que sou capaz de fazer melhor do que isso. De qualquer forma, não tenho pressa em ir para casa. Já tinha pensado em ficar por aqui uns dias para relaxar depois dos exames, ao invés de me ir enfiar naquela ilha a toda a velocidade. Desde há uns tempos para cá, comecei a ficar meia farta de passar lá muito tempo. Começo a ficar maluquinha, devido à falta de coisas para fazer e à falta de locais para onde ir. Por isso, não me apetece ir para lá tão cedo. As férias de Verão são tão grandes, por isso...
De qualquer forma, tendo em conta o exame de hoje, acho que teria mesmo que ficar. Quer dizer, sei lá. Como já disse, só com muita sorte é que vou ter positiva naquela porcaria.
E, assim de repente, a época já vai a meio. Mal posso esperar para que tudo isto acabe. Há tanta coisa que quero fazer, e que me é impossível fazer por enquanto, à custa dos estudos.

12/06/2014

Um de seis

Fotografia da minha autoria.

Nestes últimos dias, constatei que, se todas as cadeiras fossem como estatística, a época de exames seria bem mais suportável. Passar horas a fazer exercícios chega a ser divertido, mesmo quando começa a ser sempre igual e a coisa já é automática. É completamente o contrário das outras cadeiras todas, em que o estudo se resume a ler as mesmas coisas dezenas de vezes até ficarem claras e coladas no meu cérebro. Às vezes, nem chegam a ficar claras, pelo que há que fazer um esforço ainda maior para que fiquem coladas ao cérebro a todo o custo. 
Mas eis que estava a gostar de estatística e o exame corre mal. Quer dizer, não teria corrido mal, se não fossem os exercícios de probabilidades. É algo do qual nunca gostei desde o nono ano, e, se nunca as entendi, não era agora que as iria entender. Isto deixou-me mesmo chateada, porque, embora eu odeie probabilidades, fui capaz de resolver alguns exercícios nestes últimos dias sem qualquer tipo de desespero ou de confusão. Mas os que saíram neste exame foram mesmo a pior coisa que poderiam ter inventado. A sério que não podiam ter inventado uma porcaria de uns exercícios de probabilidades que eu entendesse? 
Enfim, melhor sorte para a próxima. Isto, claro, se tiver que ir a recurso. Coisa que até não é pouco provável que aconteça, e, se não acontecer, devo acabar a cadeira com um dez ou um onze. Acabar a cadeira que me dá mais "pica", por assim dizer, com uma nota baixinha como estas, opá, é mesmo frustrante. 
E tudo por causa daquela m*rda das probabilidades.
Mas pronto, está feito, e já não posso fazer nada. E não vou deixar que esta decepção me leve a pensar que os próximos exames serão piores. Mesmo que o estudo para os próximos já não seja divertido - nem nada perto disso. 
Até porque o pior já passou. Foram muitos dias fechada em casa, muitos dias de pijamas e com o tempo a passar demasiado devagar. Na semana que vem, esperam-me três exames, e, se isto pode ser considerado stressante, para mim é um alívio. Porque significa que só passo dois dias úteis fechada em casa. E que nos outros saio. Mesmo que tenha que ir fazer um exame, não me interessa. 
Portanto, um já está. Restam cinco. Siga. 

08/06/2014

Desconcentrada

Hoje tive vontade de rasgar todas as folhas ao meio. Não consegui concentrar-me. Ora pensava noutras coisas que tenho que estudar, ora vinham-me músicas à cabeça, ora pensava no concurso literário. Talvez por ter deixado a matéria mais chata para hoje. Fartei-me rapidamente de olhar para ela. Era tudo tão óbvio e sem interesse. Já estou cansada, e isto ainda mal começou. O tempo não passa. Não vi um único ser humano hoje. Mal consigo arejar as ideias. Estou na fase do marranço, e não naquela fase mais leve de ler as coisas pela primeira vez, sublinhar e tirar notas, pelo que preciso de silêncio absoluto, e só o encontro na porcaria deste quarto. Acordo com vontade de dormir mais, como se a cabeça não tivesse descansado o suficiente, mas lá tenho que acordar, porque estudo melhor de manhã do que de tarde. Mas, hoje, nem o raio da manhã rendeu. Aliás, rendeu muito pouco. Tudo por causa da porcaria da matéria. E agora, que podia descansar um pouco, estou a olhar para um computador para ver as novidades super-interessantes que perdi ontem. Se calhar nem devia tê-lo ligado.
Porcaria de dia. Amanhã será melhor. Oh, será mesmo. Amanhã estudo estatística. E eu posso gostar de estatística, se esta for boazinha para mim - isto é, se os exercícios derem sempre certo. Quando isto acontece, conseguimos ser as melhores amigas.

06/06/2014

O tempo urge

A um mês da data limite da submissão do manuscrito para o concurso literário, comecei a ficar reticente em relação ao final que hei-de dar ao livro. Já há muito tempo tinha pensado nele, mas, agora que se aproxima, comecei a pensar melhor sobre ele. A tal ponto que comecei a achar que, quem o ler, vai ficar com cara de parvo a olhar para aquilo. Não sei. Estou com algum receio. Mas, de qualquer forma, não o poderei terminar de outro modo. Caso contrário, daria um livro gigante. Mesmo que depois venha a ter continuação, não sei se não será um final parvo. Talvez vá deixar muito a desejar. Mas enfim, não posso fazer mais nada a esta altura do campeonato. Estou mesmo prestes a terminá-lo, e é precisamente o epílogo que está a moer-me a cabeça neste momento. Tenho pena de ter que o deixar em segundo plano por agora. Talvez consiga terminá-lo mesmo com os exames, uma vez que não estudo à noite. Mas, quanto a revê-lo e a melhorá-lo, bem, isso terá que esperar. Só espero que me reste tempo suficiente para fazer um bom trabalho.

05/06/2014

E vão começar...

Tenho o primeiro exame daqui a precisamente uma semana. Amanhã acabam as aulas, e, a partir daí, os meus grandes companheiros durante a maioria das horas do dia serão a secretária, as folhas, as esferográficas, a calculadora e o marcador fluorescente. Já me muni de comida suficiente para não ter que sair para ir comprar mais, assim como da oitava temporada de Criminal Minds para desanuviar depois de horas de marranço. Ficarei completamente farta deste quarto e de passar os dias de pijama. Espero que, entretanto, não comecem os dias de calor, pois estudar com calor é impossível, simplesmente. Aliás, é impossível fazer o que quer que seja com calor.
Na semana passada, teria dito que estava ansiosa pelos exames, para que os pudesse fazer a todos e para que isto acabasse de vez. Mas, agora, depois de um fim-de-semana e alguns diazitos em modo "época de exames", relembrei-me do porquê de tanto odiar esta altura do ano. E, apesar de ter tudo mais ou menos controlado, já começo a ficar com medo. Principalmente para o exame de dia dezoito, para o qual só irei estudar na véspera, pois não consigo desdobrar-me mais, e é com sorte. De qualquer forma, parece que não existe material para estudar para aquela porcaria, por isso, que a sorte esteja comigo. Há sempre uma cadeira deste género, em todos os semestres.
Continuarei a passar por cá para me distrair um bocado, embora duvide que me apeteça publicar alguma coisa não relacionada com a deprimência dos próximos dias. Ainda para mais, devido à inactividade que pairará sobre a blogosfera nesta altura do ano.
Odeio, odeio as épocas de exames. Quem tem frequências ao longo do ano não sabe a sorte que tem.

04/06/2014

A Culpa é das Estrelas - John Green

Sinopse: Apesar do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara há alguns anos, Hazel nunca tinha conhecido outra situação que não a de doente terminal, sendo o capítulo final da sua vida parte integrante do seu diagnóstico. Mas com a chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos com Cancro de uma atraente reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história de Hazel vê-se agora prestes a ser completamente rescrita.

Confesso: vi-me obrigada a procurar críticas a este livro pela internet fora para me tentar inspirar a escrever algo minimamente decente sobre ele. Tudo o que encontrei parecia colocar o livro num pedestal, considerando-o uma magnífica obra-prima e uma lição de vida que todos devíamos aprender. Por mais estranho que pareça, as palavras que li a respeito do livro não me fizeram reflectir, nem tão-pouco concordar com elas.
Antes que me comecem a interpretar mal, eu gostei do livro. Mas não consigo dizer que se trata de uma obra-prima fascinante. Uma das coisas que consigo dizer a seu respeito é que é giro. Sim, talvez, para muitos daqueles que o leram, pode ser estúpido dizer-se, simplesmente, que é giro. Mas não posso mentir e dizer que é uma obra-prima e algo digno de um best-seller só porque toda a gente o diz.
É um livro giro, leve, que se lê bem. Pode parecer irónico o facto de uma história que envolve cancro ser gira e leve, mas é precisamente o que acontece. Acho que é isto que não o torna monótono, mórbido e deprimente, coisas que poderiam estar associadas a uma história como esta. Isto e o facto de o livro estar repleto de humor negro faz com que as páginas voem sem darmos por elas. A linguagem utilizada por Green - um tanto ou quanto infantil, na minha opinião, por já não estar habituada ao tipo de discurso empregue - também ajuda, embora ache que, realmente, poderia estar um bocadinho melhor. Quer dizer, se o livro é para se destinar a jovens adultos, não faz sentido escrevê-lo de um modo tão "adolescente".
A linguagem foi, de facto, o ponto com o qual embirrei mais. Achei que tudo se passava de modo muito rápido e que algumas cenas eram despropositadas. Mas, quanto à parte de se passar muito rápido, talvez tenha sido de propósito, pelo facto de os protagonistas estarem dispostos a viver como se não houvesse amanhã; estarem dispostos a arriscar como nunca por terem um futuro tão incerto. Talvez porque o facto de aproveitarem a vida fosse, e citando o autor, um efeito secundário de se estar a morrer.
O início girava muito em torno do mesmo - era muito Amesterdão, muito Uma Aflição Imperiosa e muito Peter Van Houten -, mas, lá está, não deixa de ter a sua piada, e o facto de serem focados outros assuntos fazem com que até nos esqueçamos um bocadinho do tema cancro. E é por isso que a história é leve, gira e tem o seu quê de divertido e de romântico. Não dá para não se ter empatia pelos personagens principais. Personagens esses que, quando conhecemos, damos por nós, ainda que involuntariamente, a traçar os seus destinos e a imaginar como cada um irá acabar. E acho que o verdadeiro golpe de génio do autor foi o facto de ter conseguido fazer com que acreditássemos que as coisas iam acabar de uma certa forma e, depois, surpreender-nos, trocar-nos as voltas e alterar o rumo de tudo, brindando-nos com um final inesperado. Pelo menos, para mim. Acreditem: eu imaginei dois finais diferentes para Hazel, e nenhum deles se concretizou. Uma coisa que gosto sempre que aconteça é precisamente isto: o facto de o final não ser como esperava.
Não deixa de ser uma história triste, sim. Afinal, é sobre cancro. Mas o modo como está escrita e aquilo que os protagonistas vivem em determinadas cenas ajudam-nos a meter a doença de lado e a encararmos tudo com leveza e optimismo - tal como nós próprios devíamos encarar a vida. Ao mesmo tempo, há determinados momentos que nos fazem ver como a vida consegue ser cruel e traiçoeira. E momentos com os quais não conseguimos deixar de nos identificar. Por exemplo, uma das grandes dúvidas de Augustus: se seremos capazes de algo grandioso, que nos permita que sejamos recordados quando partirmos - não é o que muitos de nós procuram?
Em suma, é um livro bonito, com o qual não perdemos absolutamente nada em ler.
Deixo-vos, por último, com a minha citação favorita em todo o livro:


Quando os seus lábios semiabertos encontraram os meus, comecei a sentir uma falta de ar que era nova e fascinante. O espaço à nossa volta evaporou-se e, durante um estranho momento, gostei muito do meu corpo; esta coisa arruinada pelo cancro que eu andava a arrastar há anos pareceu subitamente digna de luta, fazendo valer a pena os tubos no peito e os cateteres e a interminável traição corporal dos tumores.

O amor é uma coisa com uma força inacreditável, de facto.

PS: Vou querer ver o filme.
PPS: Não acredito que vão substituir a capa fofinha do livro pelo cartaz horroroso do filme. Sim, horroroso. À primeira vista, aquilo que devia ser Hazel e Gus mais parece um casal homossexual - nada contra os homossexuais; só estou a dizer que a Shailene Woodley ficou mesmo desfavorecida naquela fotografia.

01/06/2014

Pormenores meus - parte 2


Não consigo usar calças sem cinto. Bebo chá sem açúcar, pois acho que o açúcar "estraga tudo". Sou destra, mas uso o relógio na mão direita e dá-me mais jeito lavar a loiça com a esquerda. Só ponho os óculos na cara depois de tomar o pequeno-almoço, e nem sei por que faço isto. Espirro de maneira estranha. Devo ser das poucas pessoas que não acorda com o dito mau humor matinal. Apesar de ter praticado natação durante alguns anos, nunca tive coragem de dar uma cambalhota na água, pois achava que me iria afogar ou coisa parecida. Não gosto de pastilhas elásticas. Adoro bebidas com café, mas não bebo café. Algumas músicas dos Flyleaf lembram-me a Lea Michele (Rachel em Glee), não sei bem porquê, e penso em como seria giro vê-la a cantar uma música deles na série - ela teria estofo para isso; podia ser a New Horizons, em jeito de abertura da nova temporada. Depois de um dia chuvoso, deixo o guarda-chuva aberto dentro de casa para secar melhor. Para onde quer que vá, tenho que levar sempre uma garrafa de água comigo. Tenho saudades de perder horas com um videojogo. O barulho dos aspiradores irrita-me profundamente. Passo-me quando vou a uma casa-de-banho pública e esta não tem um cabide onde pousar as minhas coisas. Não gosto de chamar a atenção quando estou sozinha, e não gosto de me sentir invisível quando estou acompanhada. Um álbum que ouço diversas vezes sem me fartar é A Sombre Dance (Estatic Fear), e a melhor parte é que pouca gente o conhece e que não é para qualquer ouvido. Tal como a Hazel d'A Culpa é das Estrelas, que considera Uma Aflição Imperiosa como o seu livro, é como se A Sombre Dance fosse o meu álbum. Detesto conversas sobre unhas, cabelos e maquilhagem, e adoro conversas sobre música, livros, séries e videojogos. Tirei o aparelho dos dentes há uns seis anos, e ainda sinto necessidade de, de vez em quando, dormir com o aparelho de contenção - e estou farta. Não suporto a música All of Me do John Legend. Adoro gelados com chocolate, mas os meus preferidos são os de fruta - o Solero e o Cornetto de Limão. Um tipo de calçado que nunca me verão a usar é sabrinas, pois são horríveis e não favorecem ninguém. Tenho vergonha de cantar em frente a quem quer que seja. Devo ser das poucas pessoas que não gosta de Game of Thrones e que não percebe o porquê de ter tanto sucesso. O meu sobrenome não é português, e, aqui no continente, é muito rara a pessoa que o pronuncia de forma correcta - ainda não percebi porquê. Durante todos os meus anos de escola, havia sempre um grupinho, em todas as minhas turmas, que gozava com esse meu sobrenome, e usavam-no sempre que se queriam referir a mim ou sempre que me queriam chamar, ao invés de usarem o meu primeiro nome. Por estas e por outras, passei a considerar que a maioria dos que vivem naquela ilha não passam de uma cambada de anormais. Uso roupa de todas as cores, mas a que menos me atrai é o amarelo. Sempre que vejo um vídeo no YouTube, não resisto a ler os primeiros comentários que lá estão. Não gosto quando, depois de um livro ser adaptado para o cinema, substituem a capa deste pelo cartaz do filme. Não uso o telemóvel como despertador; acordo com música de rádio, e acho que, se fosse um alarme, acordaria de mau humor. Agora que penso nisto, talvez seja por isso que não acordo com o típico "mau humor matinal".