30/09/2014

Coisas boas do mês #9

Setembro deve ser o mês do qual menos gosto. É o mês das despedidas - da família, do namorado, do Verão, das férias - e o dos recomeços - aulas, estudos, rotina -, e sim, é precisamente por isso que não gosto dele. Assim sendo, é bom vê-lo chegar ao fim. Até porque os primeiros dias de aulas, aqueles primeiros dias de habituação à rotina e ao facto de estar novamente por minha conta, bem, esses dias são sempre os piores. Com o final de Setembro, dou por mim a entrar sempre num novo ritmo, um ritmo que parece fazer o tempo voar e fazer com que leve as coisas menos a sério. Tal como mostra a imagem que escolhi para ilustrar o post, é como se saltasse para um comboio mais veloz, que não me deixa outro remédio a não ser o de aproveitar a viagem pela rotina e pelas responsabilidades, até chegar ao destino mágico do Natal.

Mas, por muito que deteste um mês, há sempre coisas boas que acontecem. Estas foram as minhas:
- Os últimos mergulhos no mar deste ano
- Os filmes giros do final das férias - em especial o Frankenweenie
- As horas passadas na Wii
- Ir à Feira do Livro do Porto e trazer para casa dois livrinhos que estou ansiosa por ler
- Ver a primeira temporada de Under the Dome para combater os meus serões solitários - hoje começo a segunda; aquilo é demasiado bom
- Passar uma tarde a desenhar e ficar muito feliz com o resultado
- Os bocadinhos fora de aulas com colegas, seja na esplanada da pizzaria, no café tipo Starbucks daqui de perto ou mesmo no bar da faculdade
- O pequeno cruzeiro no Douro, da Régua ao Pinhão, com a irmã e o pai
- Começar a escrever um novo livro e ficar entusiasmada com o mesmo
- Saber que já tenho local de estágio e que este é mesmo o que queria
- E, como não podia deixar de ser, as leituras. Terminei A Passagem - fiquei triste quando acabou - e agora estou a meio d'A Revelação, que está a ser óptimo.

29/09/2014

Local de estágio: check

Depois de ter passado um bom bocado num café com umas colegas, receber um e-mail da coordenadora de estágio, a dizer que o pedido para a realização de estágio na minha terra foi aceite, foi a melhor maneira de acabar o dia. Estou mesmo contente, e até parece que me sinto mais leve por ter menos uma preocupação. É que nem a chatice que aconteceu hoje cá em casa foi capaz de me aborrecer. Pudera, saber que, daqui a uns meses, vou-me embora daqui para sempre e que nunca mais vou ter que aturar estas bitches com quem divido o apartamento é razão mais do que suficiente para sorrir. Yeah!

28/09/2014

Hoje sinto-me só

Às vezes preciso de estar sozinha. Até começo a sentir falta de estar sozinha. Mas não preciso assim de muito tempo sozinha. Mais do que metade de um dia consegue ser demasiado. É por isso que hoje sinto-me assim, só. Não há lugar a que me apeteça ir e não tenho com quem ir a lado nenhum, daí que nem me tenha dado ao trabalho de sair. Mas, por outro lado, está a ser difícil arranjar coisas com que me entreter. Passei grande parte do dia a escrever, mas acabei por não escrever assim grande coisa porque desconcentrava-me facilmente e lá ia de vez em quando ao Facebook e actualizar a página do Blogger. Raramente acontecia algo novo. Cheguei a ficar farta de ver o computador à minha frente. Já estou a precisar de estar com alguém outra vez.
Ainda há pouco tempo dizia que estava cheia de medo de vir a fazer estágio no próximo semestre e que preferia ter aulas em vez disso, mas, agora, dou por mim ansiosa pelo estágio. Porque, pelo menos, não vou estar aqui, inquieta para trepar as paredes por não saber o que fazer, por não ter ninguém com quem estar ou por não me apetecer ir a lado nenhum. E porque não vou ter trabalhos de grupo com que me preocupar - pois, continuo sem grupo para aquele bendito trabalho sobre o qual falei no post anterior; eu bem que tento esquecer o assunto, mas torna-se complicado. Sei que vou acabar por ter saudades disto por cá - ainda na sexta-feira o admiti aos meus colegas -, mas, enfim, há sempre dias que são assim: uma valente treta, em que só me apetece fugir daqui para fora. Melhores virão, eu sei.

26/09/2014

Mixórdia

O dia de hoje teve altos e baixos. Acordar antes das sete da manhã é coisa que, para ser sincera, já pouca diferença me faz, pelo que nem pode ser considerado um "baixo". Aliás, até soube bem fazer o caminho até à faculdade sem sentir calor. Na verdade, acho que o único "baixo" que houve hoje teve a ver a escolha de grupos de trabalho para uma cadeira. Não fazia ideia que a escolha seria feita hoje, em plena aula teórica - uma estupidez por parte das professoras, uma vez que nem toda a gente estava presente -, e não encontrei praticamente ninguém da minha turma das práticas a quem me pudesse juntar. Resultado: fiquei, por enquanto, sem grupo, e aquilo que me enerva em relação ao trabalho que é pedido é: o facto de os grupos só poderem ter duas ou três pessoas e o trabalho em si. Vai ser um conjunto de sessões de educação alimentar destinadas a crianças. Já disse que não gosto de crianças, não já? Enquanto toda a gente acha isso muito fofo e muito giro, para mim vai ser um autêntico sacrifício. É que, quer dizer, no primeiro e no segundo ano já fizemos trabalhos com crianças...não acham que já chega? Argh, a sério, parece que toda a gente tem que ser comunicativa e gostar de crianças neste curso. Deviam pensar em fazer uma lista de pré-requisitos para quem se quisesse candidatar para cá. Um deles era mesmo este: gostar de crianças.
Mas o que mais me chateou foi mesmo o facto de não ter grupo e de não fazer a mínima ideia de com quem me vou juntar. Uma vez que o trabalho não me agrada, não vou estar particularmente entusiasmada e cheia de ideias. Por isso espero que a(s) pobre(s) desgraçada(s) que vão ter que se contentar comigo sejam o total oposto de mim, porque, caso contrário, vamos fazer o trabalho mais horrível e secante de sempre.
Já estava a ver a vidinha a andar para trás quando, inesperadamente, surgiram os "altos" do dia.
Eu e uns colegas fomos almoçar numa esplanada, e soube-me mesmo bem. Já há tanto tempo que não fazíamos algo do género em conjunto. Comi uma pizza espectacular e gostei mesmo de estar ali a conversar, à sombra das árvores...estava mesmo a precisar disto.
Um dos assuntos mais falados de hoje foi ginásios - dois dos colegas com quem almocei inscreveram-se num ginásio e muito falaram acerca disso. Ginásios não é coisa que me atraia, embora sinta, de facto, falta de fazer desporto. Já não o faço há demasiado tempo - há mais de quatro anos, para ser mais precisa -; a única coisa que faço é andar mais do que o normal. Isto quando comparado com a minha terra; aqui no Porto tenho sempre necessidade de andar para chegar a qualquer lado. Mas, claro, eu fazia natação, coisa que não tem nada a ver - isto é, não se pode comparar - com andar de um lado para o outro. Andei a procurar exercícios no YouTube para fazer em casa, já que, neste momento, voltar à natação não me é possível. Talvez comece a fazê-los...se tiver paciência para isso.
Veio ainda à conversa - e isto a propósito do post anterior - o assunto mestrado. Duas das colegas com quem estive hoje, e que defenderam a tese há bem pouco tempo, disseram logo que não iam para mestrado, que queriam trabalhar. Tal como eu, na verdade, embora elas sejam suspeitas porque são mais velhas e já têm outro curso. Os outros colegas que almoçaram connosco também não estão virados para o mestrado, e um deles até comentou que, na nossa área, é algo acessório. Mas a minha mãe continua a dizer que é arriscado não tirar um. Enfim.
Podia ter passado o resto do dia naquela esplanada, mas tive aula à tarde e lá tive que me ir embora. Tive, antes, que ir a correr para casa buscar a bata, e depois ir a correr para o hospital para ter a aula - óbvio que o correr não é em sentido literal...não consigo dar meia dúzia de passos de corrida sem ficar a respirar bastante mal. E estava tanto calor pelo caminho, e ser obrigada a vestir aquela bata deixou-me mesmo a arder. De qualquer forma, a aula, que consistiu em assistir a consultas externas, foi interessante.
Tinha pensado em limpar o quarto quando voltasse a casa, mas cheguei a morrer de calor e tive logo que me meter debaixo de água. Deixei as limpezas para amanhã, assim como a organização dos primeiros apontamentos.
Para terminar o dia em pleno e esquecer o grande "baixo", vou avançar na minha escrita. Já consegui começar o livro - yay! -: escrevi o prólogo e mais algumas páginas, e estou entusiasmada com a coisa, como não podia deixar de ser. Depois, talvez veja um ou dois episódios de Under the Dome, que comecei a seguir e da qual estou a gostar. Bem, já há algum tempo que não escrevia um post tão random sobre o meu dia-a-dia...

24/09/2014

O passo seguinte

Uma pessoa ainda nem acabou a licenciatura e já tem que ouvir toda a gente a insistir na ideia do mestrado.
Já tinha manifestado *aqui* o meu desinteresse pelo segundo ciclo de estudos. Já dei estas razões a toda a gente que resolve chatear-me por causa disso. Mas parece que é sempre o mesmo que nada. Porque não se cansam de me dizer que, hoje, uma licenciatura é o básico e não chega e não serve para nada. Também não se cansam de me dizer que, sem o mestrado, vou ser ultrapassada pelos outros e que eu devia tirá-lo logo depois da licenciatura, porque já estou com a "pedalada" e, se ficar parada por uns tempos, vai ser muito pior recuperar o ritmo. E, claro, não se cansam de me dar exemplos, como a fulana que vai ser obrigada a tirar o mestrado à força para poder manter o emprego ou coisa assim. Inclusive, as minhas razões para não querer fazer um mestrado não parecem ser nada válidas, pois aquilo que me dizem a seguir é sempre o mesmo: São só mais dois anos. Vais ter uma vida inteira para trabalharSim, está bem. E, até lá, hei-de continuar a levar esta vidinha de que tanto gosto. Quem disse que a vida de estudante era boa deve ter batido com a cabeça nalgum lado.
É fácil falar, claro; não são eles que vão ter que passar por isto. Enerva-me toda esta insistência, principalmente por não haver uma única alma a dar-me razão e por eu própria saber que não se vão calar até que eu anuncie que vou tirar um mestrado. Só sabem dizer que é o melhor e que é necessário. Mas então e eu? Não conseguem perceber o quanto isto é desgastante, o quanto já estou cansada? Ou o quanto estou inquieta por começar a ganhar o meu próprio dinheiro, ter uma casa minha, viajar, não ter aquela obrigação de estudar assim que chego a casa? Não, claro que não. Não percebo quando é que os meus familiares passaram a exigir tanto de toda a gente. Parece que toda a gente tem que ser perfeita.
Sei perfeitamente que vão continuar a martelar-me a cabeça, e não sei se foi por causa desta espécie de pressão que comecei a ponderar outra hipótese.
A hipótese de tirar outro curso foi algo que descartei já há uns tempos, mas que, agora, não pára de surgir. Aliás, o que surge não é a hipótese de tirar outro curso qualquer, mas sim a de tentar tirar aquele que quis, aquele que era a minha primeira opção. Se o fizesse, bem que podia esquecer, finalmente, o mestrado - e sei que ia parar de ouvir toda a gente a dizer que o devia fazer. Mas, por outro lado, duvido muito que tenha "pedalada" para isso.
Acho que tudo vai depender do estágio. Se gostar, óptimo. Se não, tento a minha sorte - ou conformo-me, que é o que faço sempre. Quer dizer, eu nem sei se o passo seguinte vai realmente depender do estágio. Acho que, no fundo, o facto de não ter entrado na minha primeira opção vai ficar-me sempre atravessado.

23/09/2014

Do Outono

Tinha pensado em publicar, hoje, algo que nada tem a ver com a entrada na nova estação, mas, dada a quantidade de posts acerca do Outono que estão a invadir a minha lista de leitura, não quero deixar, também, de dar a minha opinião sobre ele. Isto porque toda a gente fala maravilhas sobre ele, e eu, como sou quase sempre do contra, sinto-me no direito de manchar a bonita imagem que toda a gente parece ter desta altura do ano. 
O Outono é irritante. É solitário. As publicações que leio, nesta altura do Outono/Inverno, chegam a ser como que tóxicas, e é por causa desta toxicidade da blogosfera que eu, muitas vezes, fico sem a mínima vontade de cá pôr os pés. Sei perfeitamente que cada um escreve o que bem lhe apetece, mas quem escreve não tem noção do quanto as suas palavras são capazes de magoar seja quem for - nem eu própria tenho noção disso, é verdade. Magoar não me parece ser a palavra certa, mas...enfim, a ver se me faço entender - e que ninguém leve isto a peito; era o que mais faltava.
O Outono e o Inverno são épocas horríveis para mim devido à quantidade de obrigações e de responsabilidades que trazem consigo e à solidão e à tristeza inevitáveis que despertam em mim. Os meus dias resumem-se a ir às aulas, chegar a uma casa onde ninguém está à minha espera e onde se estão nas tintas para mim, estudar, fazer trabalhos ou qualquer outra coisa que seja necessária, ter frio, ficar toda encharcada por andar à chuva, morrer de saudades de casa à medida que o Natal se aproxima, falar com as pessoas que deixei para trás apenas através do telefone e ficar totalmente entregue a mim mesma. Já me habituei a isto - quer dizer, mais ou menos...no fundo, acho que nunca vou chegar a habituar-me completamente -, mas é irritante, por vezes, chegar à blogo e ler aqueles posts fofinhos e típicos do Outono/Inverno. As tardes no sofá a ver séries, os miminhos do namorado numa noite fria, as compras de Natal com a mãe, e tudo o mais que se possa imaginar. Chamem-lhe inveja, não quero saber. Só gostava de ter tudo isto também; ter todas estas coisas de volta. Mas, por enquanto, não posso. Estou por minha conta. E é por isso que não gosto desta altura do ano. Demasiado solitária - uma solidão que dói -, para além de tão trabalhosa, que chega a sufocar-me e a levar-me a extremos.
Salvam-se as roupas giras desta época, os chás e as duas/três horas antes de ir dormir em que posso, finalmente, recostar-me e perder-me no mundo das séries ou dos livros. Estas horinhas conseguem ser a melhor parte dos meus dias de Outono/Inverno, porque, de resto, é sempre a mesma rotina - sufocante, solitária, doentia. Que, infelizmente, só pode ser quebrada muito, muito esporadicamente.
É por isso que a minha estação favorita é o Verão, pois é com ele que tudo isto desaparece.

19/09/2014

A Passagem - Justin Cronin

Sinopse: A Passagem é o primeiro livro de uma grandiosa epopeia pós-apocalíptica. Uma experiência científica a que o exército dos Estados Unidos submete vários homens e uma menina, para os tornar invencíveis, resulta numa catástrofe cujos efeitos têm consequências inimagináveis. Os homens submetidos àquela experiência tornam-se detentores de extraordinários poderes, mas são monstros assassinos sedentos de sangue. No primeiro volume do livro acompanhamos a sangrenta destruição que se segue à invasão dos mutantes, bem como a penosa reorganização dos sobreviventes em pequenas comunidades precárias, onde a gestão dos escassos recursos é uma prioridade. Neste cenário de devastação instala-se uma dinâmica que vai modificando as personagens e as relações que se estabelecem entre elas.

Não tenho palavras para dizer o quanto adorei estes livros. E, como gosto sempre de falar muito, mas muito sobre aquilo de que mais gosto, aviso, desde já, que este é um post longo.

A Passagem é um livro complexo, e é mesmo assim que gosto deles. Quando se lê este livro, parece que se está a ver uma série, tal é a quantidade de personagens, de enredos, de ambientes e de saltos temporais. Tal como uma série que nos é querida, quando começamos a ler o livro e a embrenharmo-nos na história, não queremos que ele acabe. E, tal como acontece com uma série, é como se estabelecêssemos uma ligação especial com as personagens, por passarmos a conhecê-las tão bem; é como se elas já fizessem parte do nosso dia-a-dia, tornando-se difícil abandoná-las quando fechamos o livro pela última vez.

Para ser sincera, só comecei a ficar completamente viciada a partir da terceira parte, quando, como se lê na sinopse, os sobreviventes à invasão dos mutantes se organizam em comunidades. Foi muito interessante ver a forma como a dita comunidade estava organizada, toda ela pensada ao mais pequeno pormenor, e foi aí que conheci personagens que me cativaram e me marcaram, para além de ter vindo a descobrir diversos enredos entre elas. Mas isto não quer dizer que as partes um e dois não tivessem sido igualmente interessantes. Muito pelo contrário.

Tudo começa com a descoberta de um vírus capaz de curar o cancro. Mas parece fazer mais do que isso: consegue proporcionar um envelhecimento extremamente lento, levando os infectados a viver durante anos e anos num corpo jovem, quase como se fossem imortais. É então que decidem testá-lo, e fazem-no em condenados à morte, uma vez que, se a coisa correr mal e os cobaias acabarem por morrer, lá está, não se perde nada. Até ao dia em que decidem testá-lo numa menina de seis anos chamada Amy - que é um mistério desde que a conhecemos. E fazem isto porquê: porque o vírus actua no timo, uma glândula situada no nosso tórax que diminui de tamanho ao longo da vida. Como Amy tem apenas seis anos, o seu timo terá um tamanho superior, pelo que o exército quer ver que efeito terá o vírus sobre ela - já que, nos condenados, não houve o efeito que se esperava, como se lê na sinopse: tornam-se numa espécie de vampiros fabricados pela ciência. Toda esta exaustiva primeira parte pode ser, assim, considerada um prólogo do livro. Digo exaustiva porque é gigantesca, mas achei-a bastante interessante. Porque gostei da ideia e porque envolve ciência. E eu gosto de ler coisas sobre ciência que não estejam em notícias, em livros de estudo ou em artigos científicos. Não sei porquê. Talvez por perceber que houve algum trabalho, em termos de pesquisa e afins, por parte de um autor. Ou talvez por eu ser da área das ciências. Enfim.

Cronin escreve muito bem, e as suas personagens estão muitíssimo bem feitas e caracterizadas. O modo como o livro está escrito faz com que a leitura seja bastante viciante, interessante e nada monótona: a narrativa não é sempre vista do ângulo do mesmo personagem e, por vezes, a história é-nos contada através de e-mails ou de excertos de livros, o que permite desanuviar um pouco da narrativa "normal". Usa, ainda, muitas analepses. Muitas, mesmo: de repente, damos por nós a visitar o passado de uma personagem, a conhecer a sua história de vida. Coisa que pode parecer palha, mas que não o é, de todo. Porque, ao conhecermos o passado de uma personagem, é como se nos tornássemos mais próximos dela, como se conseguíssemos, por fim, compreender porque age ou porque pensa da forma como faz no presente. Fez-me lembrar o Once Upon a Time, com todas estas viagens no tempo. Como se tudo isto não bastasse, Cronin sabe mexer com a nossa cabeça: faz-nos pensar que aconteceu ou vai acontecer determinada coisa - os capítulos são sempre muito bem terminados, dando-nos logo vontade de ler mais -, mas, mais tarde, revela-nos que aquilo que pensámos - ou que, em alguns casos, chegámos mesmo a acreditar - que tinha acontecido, afinal, não ocorreu de todo. E, aí, lá aparece mais um flashback para nos explicar como é que se passaram as coisas.

Achei engraçado ter descoberto, quase no fim do livro e quando não parava de me perguntar por que se chamava A Passagem, o porquê do título. Mais engraçado ainda foi ter descoberto que este significado estava próximo daquilo que eu suspeitara. Outras situações engraçadas incluem o facto de os sobreviventes à invasão não perceberem, por exemplo, o que faz uma Torre Eiffel em Las Vegas, não saberem o que é uma Coca-Cola e ficarem totalmente espantados quando assistem a um filme. E isto para não falar das analogias que o autor usou para descrever a situação daquele mundo - as histórias de Drácula e da arca de Noé, que se encaixavam perfeitamente no contexto.

O facto de existirem muitas personagens, especialmente a partir da terceira parte, pode confundir um bocado o leitor, é certo. No início, torna-se difícil lembrarmo-nos de quem é quem, mas o autor faz questão de nos relembrar isso mesmo, dizendo, por exemplo, o sobrenome do personagem sobre o qual se está a focar no momento, a sua ocupação ou um detalhe seu ou do seu passado. Podem ser igualmente confusos os precursos que os personagens fazem entre diversas cidades e estados dos Estados Unidos, uma vez que não nos sabemos situar e não sabemos - eu, pelo menos, não sei - o que é que faz fronteira com o quê.

Aquilo de que menos gostei tem somente a ver com a tradução. Por exemplo, o facto de terem usado a expressão, um tanto ou quanto ridícula, fisga-se - para traduzir os damn's do original, talvez -, e de terem usado o verbo "jogar" em diversas situações que não o pediam - como, por exemplo, jogou a mão ao colete ou devíamos jogar as coisas ao fogo. É muito "abrasileirado", e acho que não caíu bem. E isto para não falar de outros erros de tradução que encontrei ao longo do livro - foram pouquinhos, pelo menos, mas, mesmo assim, eram escusados.

A Passagem é...um misto. É acção, aventura e sobrevivência; é épico, fantástico e viciante; é humanos, mutantes que parecem vampiros e algo entre os dois; é destruição, sangue, tiros e morte; é amor, amizade e companheirismo; é ficção científica, mistério e suspense. É algo como o qual nunca tinha lido antes e que me deixou completamente rendida e sem vontade de me despedir do seu mundo catastrófico e das incríveis personagens que conheci. Aguardo o próximo volume com enorme ansiedade e grandes expectativas. Façam um favor a vocês próprios e...leiam isto.

18/09/2014

Desafio #15

Fui nomeada pela D. Santos para fazer este desafio, que consiste em responder a perguntas sobre mim para que quem me lê me conheça melhor. Obrigada!

1 .Não sais de casa sem...?
Sem óculos ou lentes. Sair de casa sem isto é tipo suicídio.

2. Qual o é o teu animal favorito?
Adoro gatos. São bonitos e fofinhos e são o animal com que já tive mais contacto. Mas não sei se terei um animal favorito. Também gosto de certos animais selvagens, simplesmente por...enfim, serem bonitos.

3. Qual é o teu sapato favorito?
O tipo de calçado de que mais gosto é botas. São confortáveis, giras e dão logo outro ar.

4. Produto de maquilhagem indispensável? 
Não uso maquilhagem, por isso toda ela é-me completamente dispensável.

5. Qual o teu maior sonho?
Gostava de ver os meus livros publicados e ganhar a vida somente com a escrita, mas sei que isto é sonhar muito alto.

6. Qual o teu maior defeito?
A timidez. Detesto ser imediatamente rotulada de "tímida".

7. O que te irrita nas pessoas?
Irrita-me que sejam falsas, convencidas, que se achem as maiores por terem/fazerem isto ou aquilo ou por irem a X sítios, que estejam constantemente a falar sobre o que há de bom nas suas vidas, para mostrarem o quão perfeitas são...

8. Qual a tua comida favorita?
Lasanha.

9. Doce ou salgado?
Não tenho preferência.

10. O que te deixa feliz?
Estar com quem gosto. Miminhos, abraços, boas conversas. Ter tempo para mim. Ler deitada na erva debaixo das árvores. Ver uma série enrolada numa manta numa noite de Inverno, enquanto bebo um chá. Nadar. Passar horas a escrever ou a desenhar. Tanta coisa.


Supostamente, teria que passar o desafio a cinco bloggers, mas não me apetece andar a escolher - até porque aquelas com quem mais interajo já foram nomeadas ou andam desaparecidas. Quem quiser levá-lo, está à vontade.

16/09/2014

Regresso à rotina...ou quase

Não sei ao certo o que vim cá fazer na primeira semana de aulas. Isto que tenho tido nem sequer se pode chamar de aulas - as teóricas são basicamente a apresentação da cadeira, e, quanto às práticas, nem vê-las. Graças a isso, tenho o dia de amanhã completamente livre. Vamos lá ver se não chove, para ver se passo pela feira do livro.
Fiquei numa turma em que não há praticamente ninguém de jeito, e não fiquei com o horário que queria. Lá vou eu ter, mais uma vez, aulas às oito da manhã às segundas-feiras. Esta é a parte do horário da qual não gosto; já no ano passado entrava às oito às segundas-feiras e era horrível sair de casa quando ainda estava tão escuro lá fora e sem ver vivalma pelo caminho. Mas, pensando bem, prefiro ter aquelas aulas à segunda de manhã do que à sexta à tarde. Até porque funciono muito melhor de manhã do que depois do almoço.
Portanto, ainda me sinto de férias, cheia de tempo livre e sem nada para fazer por enquanto. Tenho que tratar de sacar uma série nova, já que aquelas que vejo só regressam lá para o final do mês. Ando a pensar em Under the Dome; parece interessante. Tenho andado cheia de saudades de escrever, mas é sempre chato começar um novo livro: nunca sei como começar, como hão-de ser as primeiras linhas. Já fiz um esboço da história - passei todas as ideias para papel -, e, depois de o fazer, resolvi lê-lo. Digamos que fiquei perdida. Na minha cabeça está tudo claro, mas, naquelas folhas, vai uma confusão tremenda. E parece-me que vai ser trabalhoso. Mas divertido, claro. Mal posso esperar por voltar a escrever; o problema é mesmo como começar...
Mas hoje voltei a matar saudades de outra coisa. Passei umas horas da tarde a desenhar, e ninguém faz ideia do quanto me soube bem. Não sei porquê, mas desenhar personagens dos filmes de animação do Tim Burton ao som do Origin, um demo dos Evanescence, sabe-me sempre bem. São personagens mesmo divertidas de desenhar. Como não podia deixar de ser, vou terminar o post com a minha Elsa Van Helsing, personagem do Frankenweenie, que vi há uns dias atrás - e que adorei, como é óbvio.
 A foto levou um ligeiro efeito, mas assim até se assemelha mais ao desenho original.

15/09/2014

Desafio #14

A Emma lembrou-se de mim e nomeou-me para este desafio. Obrigada!

Regras:
1. Responder às 5 perguntas que nos colocaram
2. Nomear 5 blogues para responderem às nossas perguntas
3. Elaborar 5 novas perguntas, apenas relacionadas com o blogue

Quantos blog's já tiveste?
Contando com este, dois. Mas o anterior não era nada, mas nada de jeito. Ninguém que me segue actualmente conhece o dito cujo...tinha só catorze anos.

Como escolheste o título do teu blog?
No primeiro curso em que entrei, senti-me muito desintegrada por não gostar de fazer o que praticamente toda a gente gostava, por preferir estar no meu canto, por ter outros interesses... Comecei a considerar-me um bocadinho esquisita, invulgar. Como se tivesse nascido num tempo errado ou estivesse no meio das pessoas erradas...daí ter surgido o unusual girl. Antes disso está o My life as, porque, enfim, é disso que quero falar, sobre mim e o meu dia-a-dia.

Qual o género de post ou sobre que assuntos gostas mais de escrever?
Gosto de escrever acerca de mim própria, gosto de partilhar boas memórias, gosto de falar sobre sonhos meus. Também gosto de falar sobre música, sobre livros ou sobre qualquer outra forma de arte que me tenha deixado nas nuvens. E gosto, especialmente, dos posts longos - sim, aquilo que muitos de vós não têm paciência para ler. Divirto-me a escrevê-los, de qualquer forma.

O que te faria desistir do blog?
Desistiria do blog caso este fosse à vida por qualquer motivo. Ou melhor, caso o Blogger deixasse de existir. Não sei, acho que não teria paciência para começar do zero.

O que trouxe o blog de bom para a tua vida?
O blog fez com que deixasse de me importar - ou com que me importasse menos, acho que é esta a verdade - com o que os outros possam pensar acerca de mim, dos meus interesses e das minhas opiniões. Aqui sou totalmente verdadeira, e adoro isso. É óptimo poder vir cá desabafar - especialmente depois de um dia mau -, deitar cá para fora aquilo que guardo sempre para mim ou que tenho receio de dizer no "mundo real". E o melhor é que existe sempre alguém que pensa da mesma forma ou que dá algum tipo de apoio. Isto também foi algo bom: o facto de conhecer alguns esquisitos como eu, que me fazem pensar que não estou sozinha em relação a determinado aspecto.

Como acho que já toda a gente fez este desafio, embora com outras perguntas, não vou nomear ninguém.

14/09/2014

Últimos dias

O tempo tem estado péssimo. Só chove. Agora que as férias estão no fim e em que chega a vontade de aproveitar os dias para fazer tudo e mais alguma coisa e aproveitar o sol e o ar livre, o tempo decidiu ficar péssimo. Até já começo a sentir os pés frios. Parece Inverno. Já que o Verão está quase a acabar, bem que podia já ser Inverno. Já podia ser Natal; não me importava nada.
É impossível não ficar triste no fim das férias. Principalmente com o tempo assim, que não me dá qualquer ânimo e que me deixa sem saber o que fazer durante todo o dia. Queria eu aproveitar os últimos dias de férias, e cá estou eu a fazer pouco mais do que ver o tempo passar. É como se já estivesse na cidade académica, a ver o tempo passar...
Chorar; às vezes é isto que me apetece fazer. Estou cansada de tanta viagem para a frente e para trás; de estar sempre de um lado para o outro e de fazer tanto sacrifício. Muitas vezes pergunto-me se tudo isto valerá a pena.

13/09/2014

Facto #22

O que mais me chateia em relação a regressar à cidade académica é saber que tenho que voltar a viver com aquelas duas gajas. Estava tudo tão bem antes de a segunda ter aparecido. Pelo menos é só durante mais um semestre - daí não valer a pena andar a procurar um apartamento novo. Ando ansiosa por me ver livre delas. Enervam-me. Provavelmente por não terem nada a ver comigo ou com as pessoas com quem mais convivo. Não estou nada habituada a lidar e a viver com gente assim.

12/09/2014

Agora sim, vejo a vidinha a andar para a frente

As coisas em relação ao estágio já começaram a resolver-se. Contactei outra professora, que me respondeu ao e-mail no próprio dia e tem sido bastante prestável; e falei também com aquela que irá orientar o meu estágio, caso o pedido para estagiar naquele local seja aceite. À partida, tudo indica que será, pois foi ela própria a dizer que o estágio está praticamente garantido.
Não sei ao certo por que não fiquei toda contente, como seria de esperar, depois de ter falado com ela. Talvez por ter ido lá com uma ideia diferente da realidade - acerca do estágio em si e dela própria. Ou talvez por, a meio da conversa, ter surgido um novo stress: o facto de ela não fazer a orientação em termos de tese, o que me obriga a arranjar um co-orientador por causa disso. É um stress porque eu não faço ideia de quem irei escolher, já que não existe aquela proximidade entre alunos e professores como havia na escola, e porque não sei como a coisa funciona em termos de temas para o trabalho - sou péssima a escolher temas.
De qualquer maneira, só quero acabar isto. Mesmo que o estágio seja uma boa porcaria, mesmo que eu chegue à conclusão de que não é isto que quero fazer da vida, mesmo que tenha um tema horroroso para desenvolver...o que eu quero é acabar isto. E o resto logo se vê.

11/09/2014

Selo #16



Bem, já há muito tempo que não recebia aquilo que antes se costumavam chamar de "selos". Este foi-me oferecido pela Beatriz Sousa e pela D. Santos. Obrigada às duas!

Regras:
1º- Agradece e coloca o link da pessoa que te nomeou;
2º- Coloca as regras e o prémio;
3º- Partilha 7 factos sobre ti;
4º- Nomeia 15 blogs inspiradores e comenta nos seus posts para eles saberem que foram nomeados;
5º- Podes pôr, opcionalmente, o logo do prémio e segue o blog que te nomeou.

Sete factos sobre mim:

  • Uso óculos desde os sete anos de idade;
  • Os Evanescence foram a minha banda preferida durante alguns anos (actualmente não tenho uma banda favorita);
  • Li alguns livros do Harry Potter duas vezes;
  • Não acho piada absolutamente nenhuma ao café expresso. Parece que estou a beber água com sabor;
  • Gostava de assistir a uma autópsia. E a um parto também, apesar de serem coisas totalmente opostas;
  • O carro que mais gostava de ter é um Smart ForTwo;
  • Não gosto de crianças. Posso derreter-me com animais - especialmente se ainda forem pequenos -, mas não com crianças ou bebés.
Não vou nomear ninguém. Quinze blogs é muita coisa...e, visto que este selo anda a percorrer meio mundo...

06/09/2014

Memórias #3 - Colocações

Lembro-me tão bem do dia em que recebi o e-mail a dizer em que curso tinha sido colocada. Um dia horrível, ao contrário do de muita gente. Por um lado, estava certa de que ia ficar colocada na minha primeira opção, mas, por outro, estava sempre a adiar e a adiar a minha ida ao computador para ver o e-mail. Estava com medo e desanimada por as férias estarem a chegar ao fim. Estava, como acontece todos os anos, sem vontade absolutamente nenhuma de me despedir da boa vida e voltar à doentia rotina dos estudos.
Mas claro que não pude adiar a coisa para sempre. Já era noite quando decidi ligar o computador - os resultados já tinham saído há horas -, e fi-lo sem vontade, apenas porque tinha que ser. Podia dizer que estava com um mau pressentimento, mas acho que não. Porque estava mesmo certa de que ficaria na minha primeira opção; que ficaria contente por só ter que mudar de cidade e de casa dali a três anos; que estudaria para ter a profissão que me fascinava na altura - e que, confesso, continua a pairar sobre a minha mente, por vezes -; enfim, que tudo ficaria bem.
Foi então que abri o e-mail e levei com um dos maiores baldes de água fria de sempre. De início, fiquei como que em estado de choque a olhar para aquilo; depois, fechei-me no quarto e chorei que me fartei. Inclusive, passou-me pela cabeça não ir para a universidade naquele ano.
Mas lá fui.
E não deixa de ser estranho que, passados estes anos, tenha vindo a gostar mais da cidade em si do que do curso. Porque a cidade proporcionou-me memórias inesquecíveis e experiências que não teria vivenciado se tivesse permanecido na minha terra natal, enquanto o curso não se tornou naquilo que eu tinha em mente. Mas eu, conformista e preguiçosa, lá continuei, pensando que o curso poderia vir a ficar melhor e sem paciência nenhuma para voltar a passar pelo stress dos exames nacionais, de forma a concorrer de novo para a minha primeira opção. Se assim fosse, seria a terceira vez que iria concorrer, e já estava cansada de estar constantemente a voltar para trás.
É por isso que não deixo de sentir inveja daqueles que ficam felizes e radiantes com a sua entrada na universidade. Mais precisamente, com a entrada na sua primeira opção.

05/09/2014

Passou tão rápido...

Fotografia da minha autoria
Enquanto muita gente fala sobre a universidade - seja a ânsia de saber onde ficaram colocados, seja a vontade de conhecer os novos caloiros, sejam as saudades da vida académica -, eu não me importaria nada de ter mais umas quantas semanas de férias. Tenho saudades das Canárias. É que, para além daquela boa vida que a estadia oferecia - resumida a descanso total -, estava presente a deliciosa sensação de início de férias de Verão. Os dias passaram - e continuam a passar - depressa demais, e eu não gosto disto. Ainda nem consigo pensar em voltar à velha e aborrecida rotina, que tanto stress - e alguma infelicidade - me traz. Já disse que detesto este mês?

03/09/2014

A ver a vidinha a andar para trás...

Isto de se ter um estágio integrado no curso é uma boa m*rda. É tomar uma decisão. É ir ao local saber o que fazer a seguir. É ouvir que é preciso fazer determinada coisa e, depois, ouvir que, afinal, não é bem assim e que é preciso fazer algo totalmente diferente. É mandar e-mails à coordenadora para esclarecer dúvidas e não receber resposta. Enfim. É uma alegria. E, graças a tudo isto, uma pessoa nem sequer consegue estar completamente relaxada durante as férias.
Já me decidi, finalmente. Pensava que isto ia ser o pior de tudo, mas, afinal, tudo o resto é que está a ser uma boa dor de cabeça.
Vou estagiar aqui. Vai ser o melhor, não só para mim, como também para a minha mãe.
Para mim, porque tenho a vida facilitada. Vou poder chegar a casa e sentir-me verdadeiramente em casa; sentir todo o conforto que já me é tão familiar e ter alguma companhia. Deixo de partilhar um apartamento com duas gajas que se estão a tornar cada vez mais insuportáveis. Deixo de ter chatices. Deixo de ouvir os seus guinchinhos esganiçados e as suas vozes irritantes, que são ainda piores quando um dia corre mal. (Está bem, podia mudar de casa, mas, a esta altura do campeonato, é complicado - e, sejamos sinceros, muito dificilmente arranjaria um apartamento melhor do que aquele. E, para além disso, quem é que me ajudaria com as mudanças? Pois, lá está, ninguém) Aqui, pelo contrário, se um dia corre mal, posso sempre desabafar ou contar com a companhia da minha mãe, e, mais ainda, posso desfrutar do silêncio. Para além de que deixo de ter a obrigação de ir às compras e de ter que fazer qualquer treta para comer, coisas que me ocupam sempre tempo. Sim, já aqui disse que gosto de estar no continente. Mas é porque estou por minha conta; porque faço o que me apetece quando me apetece, e por aí fora. Porque, no que toca a ter que interagir com os outros e tal, prefiro estar aqui. E também acho que aqui aprenderia mais. Nem sequer tiraria grande partido da minha estadia lá fora, penso eu, uma vez que o raio do estágio e a escrita da tese ocupariam todo o meu tempo.
E a minha mãe, claro, ficou toda contente quando lhe disse que preferia estagiar por cá. Este ano, a minha irmã também vai deixar o ninho, pelo que a ideia de eu e a minha mãe fazermos companhia uma à outra a partir de Fevereiro agrada-nos a ambas. E isto para não falar do dinheiro que se iria poupar.
Lá fui eu toda contente ao meu futuro (esperemos) local de estágio entregar uma cartinha a pedir para estagiar lá. Foi isto que uma colega minha fez no ano passado, e ela até me enviou a cartinha que tinha escrito, para que eu visse mais ou menos como se fazia, por isso, lá fui. E, depois, aparece-me à frente uma mulherzinha a dizer que isto assim não pode ser, que é a universidade que tem que fazer o pedido e blá blá blá. Só me apeteceu mandá-la à m*rda. Assim de uma maneira um tanto ou quanto subtil: Minha senhora, e que tal ir à m*rda?. Porque, caraças, isto é o gozo. E é ainda pior enviar e-mails à coordenadora de estágio a dizer precisamente isto e a pedir que faça o raio do documento, e nunca obter resposta. Não percebo por que é que há pessoas que têm endereços de e-mail. Parece que é só para fazerem a conversa do costume: Se tiverem dúvidas, mandem um e-mail, que nós respondemos!. Sim, é que é mesmo isto que acontece. Portanto, se eu não ficar com estágio, a culpa nem sequer vai ser minha. Só me resta falar com ela pessoalmente, mas isto só lá para meados do mês. Que nervos, que nervos. Já está na altura da porra do meu futuro profissional começar a jogar em meu favor, não? É que já estou cansada de levar com baldes de água fria.

02/09/2014

Ora vejamos...


Quatrocentos e noventa adversários e a maioria brasileiros.
Vai ser lixado.

01/09/2014

Facto #21

Nunca gostei do regresso às aulas, mas gostava sempre de passar uma tarde a comprar o material escolar.